domingo, 7 de abril de 2013

"Minha História"( Mike)


                      Minha história, minha vida de cão.

 


 Meu nome é Mike, sou um gold retrivier. Por que  nasci em berço de ouro? Porque como todo cão de raça (pedigree) uma bela raça, nasce em um lugar especial. Porém, como outras raças de  animais irracionais, tanto felinas, equinas, caninas, não escolhem com quem crescer, com quem deve ficar, adotado ou não, como deve ser domado, ou seja educado, ninguém nasce educado, só nasce com  instinto, um mais calmo, outro mais agitado.
Meu destino foi ser vendido para um rapaz, meu “pai “ pai dono, super ocupado que vive muito trabalhando  no ar, quase não lembro do rosto dele, pois com dois meses e meio ele me colocou  dentro de uma caixa esquisita, trancou-me, fiquei  tão medroso, que até fiz minhas necessidades físicas ali mesmo. Ouvi barulhos esquisitos, tipo roncos, solavancos, muito barulho, mesmo. Depois cheguei numa casa,onde já exista lá duas cadelas era da mesma família canina mas, raças diferentes. Meu dono foi embora Lá fiquei...

 


Pois é, a minha nova morada, estou há 1 ano, me adaptei fácil, as “meninas” a princípio não me aceitaram bem, me olhando atravessado, ciúmes, mas aos poucos, a vira lata foi a quem mais me aceitou para brincar, corríamos o dia inteiro num quintal enorme.Fui rápido crescendo muito, no meu crescimento aprontei muito, destruí um mundaréu de coisas: chinelos, cobertores, panos de chão, tênis,roupas do varal, travesseiros, camas das outras, grades, árvores de natal ornamental, roseiras, flores(também eram aromáticas, o meu nariz sensível ao faro). Plantas em geral, mudas, sementes que a minha dona provisória, plantava no canteiro, eu arranquei tudo, muda de cajueiro, de timoia, etc. Ufa, acho que não me esqueci de nada!. Sem contar num montão de buracos que fiz no quintal, pareceu um campo de golfo, até túnel cavei, arranquei cano de esgoto da caixa de gordura, porque  fazia um barulho diferente.  

Um dia ainda bebê com uns 5 meses, uma cadela pitibull do vizinho, enjoada e braba, entrou no meu “espaço” e me mordeu, sangrei, fui tratado, o dono dela deixou de falar com a dona de cá, porque ela foi cobrar o prejuízo de gastos extras,.discutiram e ficou por isto mesmo.


                         FIQUEI LINDO NÃO?!

Ninguém me entende a necessidade de eu fazer isto, acho que  são dentões, minhas presas crescendo, preciso fazer isto. Não entendo  quando ouço bronca, sei que ela está brava por causa do tom alterado da voz, mas não sei o porquê. Com o tempo, ela mais brava ainda e eu “inocente”, quando ela sai, eu fico  amarrado, quando  ela estende  roupa, eu fico amarrado, mas nunca deixou de me alimentar e dar água fresca em abundância, dar banho, tira fotos de mim, conversa comigo, mesmo sem eu entender o que ela estava falando, me abraça, mexe na minha cabeça...

 

Quando eu completei  1 aninho de vida, ganhei um belo banho quentinho de chuveiro, muito paparico da minha suposta dona, um belo hambúrguer, achei pouco,fui rápido, roubei o da outra cadela lerda, ouvi a dona cantando, acho que era pra mim.

 

Há bem pouco tempo, roí, mastiguei uns fios daquele troço que tem roda, que ela costuma andar, escutei ela falando para vizinha que quase morre atropelada, na noite seguinte, o troço sem freio, no escuro da noite, o carro foi em cima, mas deu tempo de desviar. Ela não sabia que eu tinha estragado, sabia que era a travessura minha, porque escutei ela falar brava  meu nome e apontando para mim.

                  E meu pai dono? Nem me lembro dele,  como ele é. Vez em quando aparecia o amigo dele,o que veio conosco, no primeiro dia que me deixaram aqui, eu fazia maior festa, ele trazia guloseimas para nós caninos, ele me mandava ao Pet shop, ah, as duas rabugentas também iam juntas, depois cessou estes passeios especiais. Veio um homem de branco um dia, agradou-me, senti uma picadinha no meio do meu pelo, e enfiou-me  um troço que não era osso, garganta a dentro, depois vi ele fazer o mesmo com as chatas.

 

Bom, é isso aí, acho que um dia ainda verei o rosto do meu pai dono, quem sabe ele venha me buscar, assim espero.

 

Mike (interpretado por Dora Duarte) 05/ 08/2012

3 comentários:

Claudete T. M.s disse...

Dorinha, esta história me fez chorar. lamento você não poder ter ficado com este teu fiel amigo. Mas vida de cãe é assim, um dia após o outro, não muito diferente da nossa, que podemos decidir pelo sim ou pelo não. dorinha, certamente ele jamais esquecerá de você.

Lu disse...

Adorei a história sinto muito Dora,que você não possa ficar com o seu cãozinho.

Anne Lieri disse...

Dora,linda e triste final na história do Mike!Mas como ele é lindo,amiga!bjs,